segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Argumentos para a salvação (1): a situação do homem

Bem, conforme falei no último texto publicado, estarei escrevendo algumas postagens relativas a argumentos e proposições que devem, de acordo com a Bíblia, ser expostas aos não crentes no ato do evangelismo. Assim, o primeiro ponto que vamos tratar é sobre a situação do ser humano.
Paulo, escrevendo aos Efésios, diz: “Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira” (Efésios 2.1-3). Você entendeu este texto? Você conseguiu compreender o que Paulo vem tratar nesse texto? Ele fala que todos nós, cristãos, vivíamos de acordo com o curso, com o movimento, com a correnteza deste mundo em que vivemos, ou seja, vivíamos de acordo com nossa carne, nosso eu, nossos desejos e nossas vontades. Mas, se você observou bem, Paulo declara que vivíamos de acordo com o espírito, ou seja, as influências, que hoje atuam ou conduzem os filhos da desobediência, ou seja, os incrédulos. O que Paulo fez nessa passagem foi colocar os crentes de Éfeso e de todo o mundo no mesmo pé de igualdade, dizendo que tanto os crentes quanto os incrédulos foram conduzidos (os incrédulos ainda são) por essa influência, que os leva a fazer o que querem. Mas, que influência é essa que todos teriam em comum?
Para desenvolver a resposta dessa questão, farei uma ilustração que eu usei uma vez, de acordo com 1 João 1.8. Pensem em Deus como o nosso fabricante, o fabricante dos seres humanos. Ele fez Adão e Eva perfeitos, bem feitos. Mas, eles adquiriram um defeito, um defeito que se estende a todas as pessoas. Esse defeito é o pecado. Devido ao pecado de Adão (o pecado original, ou seja, o pecado de origem), todos nós temos esse defeito, ou seja, todos nós temos pecado, e portanto, somos pecadores. Esse pecado que temos não se resume às coisas erradas que fazemos, pois mesmo que nós não façamos nada de errado, continuamos pecadores; em outras palavras, somos pecadores em essência. Essa essência é o que todos temos em comum: a essência pecaminosa. E esse é o espírito, ou a influência, a que Paulo se refere no texto de Efésios.
A situação do mundo, e do ser humano em geral, é que ele anda segundo essa influência, ou seja, segundo a carne, ou se preferir, segundo o pecado. Essa é uma das verdades fundamentais que um não cristão deve saber antes da conversão, ou para se converter. Se uma pessoa não entender ou não souber o grande problema que tem, nunca desfrutará da grande solução traçada por Deus, e nunca terá paz, nunca sossegará, nunca descansará, nunca será aliviada. Fernanda Brum, em seu hino “Vaso de alabastro”, diz algo que cabe no que eu estou dizendo. Ela diz: “Só quem conhece a grandeza do perdão que recebeu, entrega em amor todo o tesouro seu para adorar a Deus”. Só é possível conhecer o perdão de Deus, e a grandeza dele, se percebermos o tamanho da dívida que temos a ser perdoada. Portanto, é altamente necessário, antes de qualquer coisa, falar do pecado do homem, humilhá-lo mostrando sua situação, e só assim ele poderá procurar efetivamente o remédio, que é Cristo.
Precisando do remédio para a minha alma,
Douglas.

Argumentos para a salvação (2): a providência de Deus

Entendendo que você leu o primeiro argumento, o que se refere à situação do homem, escrevo o segundo argumento, ou o segundo tema, que deve ser citado quando se está evangelizando, ou explicando a alguém o caminho pelo qual ela deve ser salva. Neste texto, mostrarei o outro extremo, que não tem relação direta com o homem, mas sim com Deus.
Deus providenciou algo, demonstrando o seu amor enviando Cristo para morrer. Aqui, cabe uma questão: por que Jesus veio? Ou para quê Jesus veio? A resposta é: para morrer por pecadores. Se a pessoa reconhece que é pecadora, ela está apta a receber Cristo, pois Cristo morreu por pecadores. O Evangelho é para pecadores, e é por isso que é necessário que uma pessoa saiba que é pecadora, para ser apta a receber a Cristo em seu coração.
É interessante também perceber que há uma relação estreita entre a situação do homem e a providência divina. Um leva ao outro, ou seja, a situação do homem em geral leva à providência de Deus. É uma relação inevitável, pois quando uma pessoa compreende que todo mundo, inclusive ela, está longe de Deus por causa do pecado que ela sabe que realmente existe dentro de si e de cada um, ela percebe que há uma necessidade dentro dela, e de cada pessoa, de ser curada desse mal maior, que está levando todos, ou que condena todos. Assim, é preciso falar da providência de Deus. Mas que providência?
Como falei, Cristo é a providência divina. Mas o que é que faz de Cristo a providência de Deus para os pecadores? A resposta é que a missão de Cristo foi nascer para morrer por pecadores. Cristo veio ao mundo, como o remédio para a cura do problema do pecado. Cristo veio para os doentes, e não para os sãos. Assim, se alguém é doente, precisa de remédio para ser curado. Se todos estão doentes, logo todos precisam do remédio, ou seja, todos precisam de Cristo. Mas nem todos observam que precisam Dele, e é aí que entra o papel de quem está pregando o Evangelho. Quem prega deve tirar a venda do mundo, mostrar para o ouvinte aquilo que ele realmente é, e a solução de Deus para o mundo enviando Cristo como Salvador do mundo, dos pecadores, dos maus, dos doentes. Cristo foi altamente movido pelo amor, ao morrer por pessoas que, por serem más, pecadoras e sujas, merecem o inferno! E graças a Deus por isso, pois é esse amor perfeito por pessoas imperfeitas que é a garantia de que Jesus veio nos salvar. Paulo diz: “Mas Deus prova seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8). Essa é a verdade, que a morte de Cristo é a prova mais do que suficiente de que Ele nos ama, e esse amor incondicional, que não pode ser medido, estende a salvação para os pecadores! Veja quão grande é a graça de Deus, manifestada em pecadores que não merecem de maneira alguma essa graça! É algo tão maravilhoso que é grandioso demais para ser compreendido, mas deve ser recebido! Obrigado, Jesus, por ser a ponte entre Deus e os homens, no que diz respeito à nossa salvação!
Precisando aplicar essa verdade em meu peito, mas feliz por essa verdade existir,
Douglas.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

“Jesus Te ama”?!

Há uns dias atrás, me veio uma ideia de escrever alguns argumentos com bases bíblicas para o evangelismo. Penso e observo que os métodos de evangelismo nos dias de hoje são, em sua maioria, fracos, vazios, sem mensagem consistente e, em certo ponto, até antibíblicos. Não vou debater, nas postagens que escreverei, sobre o que é certo e o que é errado, mas apenas mostrarei os temas que precisam estar incluídos na mensagem de salvação.
Mas, na postagem de hoje, quero mostrar porque o fato de dizer a um não cristão que Jesus o ama, não o levará, provavelmente, à salvação em Cristo. Sei que Deus pode se utilizar desse método e dessa simples frase para mudar a vida de alguém (lembre-se de que Deus já usou até uma jumenta…), mas não podemos fazer disso uma regra e achar que dizer “Jesus Te ama” é o modo correto de evangelizar.
1º) Dizer a um incrédulo que Jesus o ama pode ser perigoso – pois, seu eu digo a uma pessoa que é praticante de um ato maldoso que Jesus a ama, ela pode pensar que Ele a ama mesmo que ela cometa o crime ou os erros que ela vem cometendo. Não sei se ficou claro, mas se eu sou pecador, e nunca ouvi o Evangelho, e na primeira vez que ouço, simplesmente “descubro” que Jesus me ama, é certo que me orgulharei de tudo o que eu fiz, mesmo com meus erros, pois “descubro” que ele me ama porque, no meu ponto de vista, tem algo bom em mim que faz com que ele me ame. Ou seja, é uma camuflagem da crença na salvação pelas obras. No fundo, as pessoas vivem como se suas obras fossem levá-las a algum lugar melhor. É comum ouvir pessoas dizerem que são boas, que não são como as outras que matam, roubam, mentem, traem, se prostituem, se drogam, bebem, fumam, etc.… Assim, se eu digo que Jesus as ama, eu posso estar levando elas a acreditar que apesar de seus erros, elas tem qualidades que fazem com que Jesus as ame. Esse é o perigo.
2º) Dizer que Jesus ama alguém não revela a ninguém a mensagem do Evangelho – porque a mensagem do Evangelho não começa dizendo ao pecador que Jesus o ama. O Evangelho humilha o homem para poder salvá-lo. O Evangelho diz ao homem o que ele é, para poder apresentar Cristo como Ele é. O Evangelho revela aquele que pode salvar o homem da condição em que ele está, e se ele não descobrir a situação em que está, nunca poderá correr para Cristo, recebê-lo em seu coração, arrepender-se amargamente de seus pecados e lutar contra eles, e viver em paz com Deus. Segundo J. I. Packer, em seu livro ‘A Evangelização e a soberania de Deus’, “há somente um meio de evangelização: que é o evangelho de Cristo, explicado e aplicado. A fé e o arrependimento, os dois elementos complementares de que consiste a conversão, acontecem em resposta ao evangelho”. Ou seja, um pecador não pode ser salvo com essa simples frase, visto que o que salva o homem da condenação é Cristo sendo revelado nas Escrituras a partir do Evangelho pregado por nós, cristãos.
3º) Dizer que Jesus ama alguém incrédulo não é verdade – essa parte é delicada, por isso vou tratá-la com toda a clareza possível. Responda: Deus ama seus inimigos? Ele salvará seus inimigos do inferno? Ele dá aos Seus inimigos os privilégios espirituais que Ele dá a Seus filhos? A resposta para essas perguntas é uma só: NÃO. A frase “Deus ama o pecador, mas odeia o pecado” é, em certo sentido, errada, pois aqueles que se converteram a Cristo são pecadores, e a esses é estendido o amor de Deus. Porém o que move o coração de Deus quanto aos incrédulos é a Sua graça e misericórdia, que é a “causa de não sermos consumidos” (Lamentações 3.22). Há um sermão, chamado “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, de Jonathan Edwards, que nos revela a situação do homem sem Cristo. É uma pregação muito forte, que desmascara o homem e o motiva a correr sem pensar para Cristo. Saiba que, se você crê em Cristo, você é amado. Mas aquele que não crê, não pode ser amado, a não ser que se arrependa dos seus pecados, deixando a condição de criatura para se tornar filho de Deus.
Enfim, para efeito de conclusão, quero deixar claro que o amor, a graça e a misericórdia de Deus estão estendidos a qualquer um, mas a qualquer um que, em seu coração, sinta o desejo de seguir a Cristo, o busque em arrependimento, e viva uma vida de serviço e devoção a Cristo, que veio ao mundo para salvar pecadores, dos quais eu, Douglas Carias dos Santos Silva, sou o principal. (ver I Timóteo 1.15).
Pela graça de Deus, que ama os Seus incondicionalmente,
Douglas.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Jesus, O Senhor do tempo

Há uns dias eu conheci a música "O Senhor do tempo", de Stênio Marcius e com participação de João Alexandre e de Silvestre Kullmahn. Eis a letra abaixo:
Mestre..., me veja menino, deixa-me correr com Teus pequeninos… Mestre, de rosto amigável, de sorrriso largo, de sereno olhar, eu... fui a Ti criança e me recebeste de braços abertos… Que estranha distância, agora... Senhor, lembra do menino que eu fui outrora...
Mestre, lembro que eu buscava e me derramava... Choro adolescente… Lembro daquele caderno onde eu anotava minhas orações... Jovem, busquei a Ti por refúgio certo para um moço aflito… Que estranha distância, agora... Senhor lembra do rapaz que eu fui outrora…
Mestre, estou bem mais velho e o amor que eu tinha, onde foi parar? Mestre, fala a esse homem, que se emocione, vá recomeçar... Faz-me correr e assim, retornar ligeiro ao primeiro amor… Deixa-me ver novamente o meu nome, escrito nas santas mãos do Senhor do tempo...

Eu preciso voltar ao primeiro amor. João é ordenado a escrever à igreja de Éfeso: “Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos; e sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras…” (Apocalipse 2.2-5). Eu tenho passado por enormes dificuldades na minha vida com Deus, principalmente em relação à minha salvação, e isso me leva a estar um pouco negligente, pois estou cansado e sobrecarregado. Preciso crer que se eu atender ao seu chamado, “Vinde a mim…” (Mateus 11.28), Ele aliviará o meu fardo, mas na prática não tenho crido e por isso, não tenho tido paz. Não é fácil ser firme no primeiro amor quando o monstro da incredulidade passa a fazer parte da nossa jornada. Nunca foi tão difícil lutar contra esse monstro, mas Deus sabe que eu quero e preciso vencê-lo para que eu possa ser um verdadeiro cristão frutífero. O bom da incredulidade é que ela nos leva às certezas, e a promessa de Cristo é de que Ele estará conosco, mesmo quando nossas batalhas interiores e crises existenciais venham nos levar a uma certa negligência com Ele. Não adianta fazermos tudo, quando não estamos mantidos no amor de Deus, quando não temos certeza da fé salvadora, quando não estamos alicerçados na rocha, quando não estamos seguros em Cristo, quando não cremos na salvação em Cristo devido a uma convicção de pecado tal que não nos deixa receber o amor Dele, quando estamos abalados por querer sermos melhores e acabarmos vivendo uma tentativa de salvação pelas nossa obras, quando nos frustramos no momento em que nossas certezas se tornam dúvidas ou até negações, quando as neblinas da nossa alma nos tiram a visão de nós mesmos, quando o pecado parece nos dominar, ou quando queremos nos tornar adultos, esquecendo que se não formos como crianças, não veremos o reino de Deus (ver Mateus 18.2-4)… Enfim, estamos perdendo tempo quando colocamos as obras em primeiro lugar, e esquecemos de cultivar em nossa mente, nossa alma e nosso coração, a simplicidade da fé em Cristo, o amor Dele por nós e nosso para com Ele e para com nossos irmãos, e a transformação através da graça redentora que nos atrai tão gentilmente e que, mesmo sem merecê-la, é dada a nós por meio de Cristo…
Para concluir, divulgo este vídeo que fiz, para que eu mesmo possa fazer da letra desta canção uma oração, para que não apenas eu conheça a Deus, mas seja por Ele conhecido…
Buscando encontrar a simplicidade de crer em Cristo e viver Nele, com Ele, por Ele e para Ele,
Douglas.


Feliz… Páscoa!

O título desta postagem é meio que inconveniente, pois não é época de Páscoa, aliás, ninguém que está lendo este texto pensou em Páscoa nos últimos dias (pra não falar meses! rsrs). Mas, como o próprio título está dizendo, uma feliz Páscoa pra você!!!!
Não está entendendo, não é? Pois vou explicar… Leia o texto bíblico abaixo:
“O orgulho de vocês não é bom. Vocês não sabem que um pouco de fermento faz toda a massa ficar fermentada? Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. Por isso, celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da perversidade, mas com os pães sem fermento da sinceridade e da verdade.” (I Coríntios 5.6-8, NVI).
Nesse texto, Paulo compara a vida cristã com a comemoração da Páscoa judaica, onde durante a semana de festas, só podiam comer pães asmos, ou seja, pães sem fermento. Em Êxodo 12.15, podemos ver a ordem expressa para o povo: “Durante sete dias comam pão sem fermento. No primeiro dia tirem de casa o fermento, porque quem comer qualquer coisa fermentada, do primeiro ao sétimo dia, será eliminado de Israel”. Então Paulo, analogicamente, assemelha o pecado com o fermento, e nos traz algumas aplicações sobre o tema:

a) Assim como o fermento leveda a massa, o pecado em nossas vidas contamina nosso espírito: “Vocês não sabem que um pouco de fermento faz toda a massa ficar fermentada?”. Quando se faz um bolo, ou um pão, não se precisa de muito fermento (eu não sou cozinheiro e não sei cozinhar, ok?), pois um pouco é suficiente para levedar, ou seja, para fermentar e “pegar” em toda massa. Nesse mesmo raciocínio, o pecado é semelhante. Visto que o pecado é comparado com o fermento, um pouco de pecado em nossas vidas “pegará” na nossa alma, agarrando com todas as forças e contaminando, nos trazendo consequências negativas, como distância de Deus, falta de paz, de certeza de salvação, medo e insegurança, probabilidade de pecar mais (já que um abismo leva a outro – Salmo 42.7)…

b) Precisamos nos livrar do pecado: “Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são.”. É dever nosso a busca pela santidade do corpo, da mente e da alma. Como precisamos aplicar isso em nossas vidas! Somos muitas vezes tão negligentes que deixamos o fermento pegar em nós e assim somos levedados pelo pecado, nos tornando infelizes em nossa caminhada. Não espere que Deus o purifique, e que você não precisa fazer nada para ser santificado. Esse pensamento é errado. Temos que lutar contra a nossa carne, contra o eu, contra o mundo, contra Satanás,  e é por isso que Cristo veio ao mundo, “para desfazer as obras do diabo” (I João 3.8).

c) Nossa Páscoa é eterna! Todo dia!: “Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. Por isso, celebremos a festa…” A morte de Cristo vale e valerá por toda a nossa vida. A Páscoa simboliza passagem (do hebraico ‘pessach’), e traz a ideia de mudança de situação. Antes, éramos escravos do pecado, mortos em nossos delitos e pecados (ver Efésios 2.1-5), mas ele nos salvou por sua graça infinita, que não pode ser compreendida, mas que deve ser crida por nós e aceita sem discussões… Por isso, podemos festejar diariamente a nossa pessach, da morte para a vida, da escravidão para a liberdade, da condenação do inferno para a salvação de Cristo! Aleluia!

d) Só podemos festejar plenamente quando nãos somos “pães fermentados” e sim “pães asmos”: “…não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da perversidade, mas com os pães sem fermento da sinceridade e da verdade.”. Graças à morte de Cristo, podemos experimentar a alegria da salvação, a paz e o conforto, a segurança e o alívio que só Cristo oferece. Quanto maior a busca pelo conhecimento de Cristo e pela santidade, maior será minha alegria e mais evidentes estarão os motivos para festejar. Precisamos ser “pães” sinceros e verdadeiros, ou seja, agindo com Cristo e com o próximo com lealdade, amor, sinceridade, verdade, compreensão, para que aqueles que nos vejam se “alimentem” de nós, mas na verdade, estarão se alimentando de Cristo em nós.

Então, o que me resta dizer? FELIZ PÁSCOA!!!!!!!!

Buscando conhecer mais e me deleitar mais em Cristo, para festejar mais e melhor,
Douglas.

Ação social espiritual… Nossa obrigação!

Estava viajando, em pé, no ônibus lotado (que viagem!!!), um dia desses, quando estive pensando comigo sobre a minha situação espiritual. Conheço pessoas abençoadas, mas em certo sentido, desleixadas em relação ao próximo, pois pode-se notar com a convivência, a falta de amor e cuidado prático com as ovelhas de Cristo. Sabe, é difícil você querer ajudar os próximos, quando você precisa de ajuda… Falo isso porque eu tenho passado por uma certa “fome” espiritual, devido a minha disposição em ajudar os outros, ensinando, corrigindo, aconselhando, orientando, consolando, confortando, mas não encontro muitas pessoas que façam o mesmo (sem egoísmo, viu?) por mim. Isso me leva a uma condição espiritual desconfortável, pois preciso me virar como posso para não morrer de fome…
Talvez você não esteja entendendo o que eu quero dizer, ou talvez até tenha entendido, mas não concorde com o que eu estou dizendo, devido o fato de que você argumentará que a Bíblia é suficiente, que o Pastor é cristo, que ele alimentará e outras coisas que fará você pensar que está certo. Mas, ouça-me por um momento, e tire suas conclusões:

1) o fator idade – Paulo diz a Timóteo: “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza.” (I Timóteo 4.12). Para quem não sabe, eu tenho apenas 19 anos. Já pensou quanta coisa um jovem dessa idade tem na cabeça: planos para estudo, trabalho, casamento, família, lazer… E se for um cristão,deverá atentar para a certeza da salvação, para a vida com Deus, a vigilância, a busca por santidade (nessa idade, é um grande desafio), o cuidado com as ofertas e manjares do mundo, o testemunho, a sabedoria nas decisões a serem tomadas… E se for um cristão atuante na igreja, sendo líder ou ajudante de um grupo, terá o cuidado com seus liderados, a preocupação com o estado espiritual deles, o cuidado em levar a Palavra de Deus a eles, o exemplo como cristão e cabeça, a busca por conhecimento bíblico, o amor e dedicação ao ministério… Você entende quanta coisa pode fazer com que um jovem que quer dar o seu melhor não aos homens, mas a Deus, desanime ou fique meio que depressivo, cabisbaixo, triste, amargurado, sofrido, simplesmente por não encontrar alguém que possa apascentá-lo? Eu não falo na questão da fé em Deus, mas da ordem de Cristo: “Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” (João 13.34); ou então atente para as palavras que o Espírito nos trouxe através de Paulo: “Por isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis.” (I Tessalonicenses 5.11). Se formos ver referências textuais bíblicas sobre isso, passaremos um bom tempo meditando nelas, mas o que parece ser muito, Cristo resume em uma Palavra: amor.

2) o fator tempo – Para um jovem que precisa fazer isso tudo descrito acima, o tempo é uma ferramenta que geralmente ele não dispõe. É certo que “há tempo para tudo” (Eclesiastes 3.1), e a idade da juventude é a que se tem maior disposição, porém um tempo mais reduzido, pois é nessa idade que serão definidas a linhas para o futuro. Mas se todos dispusessem o maior tempo possível, ainda que pouco, para realizar e cumprir as ordens de Cristo, seria perfeitamente possível um crescimento espiritual individual e coletivo. Estamos usando o tempo que temos para ajudar nossos irmãos que precisam de ajuda?

3) o fator “achismo” – esse parece ser um grande problema, pois esse fator baseia-se em suposições, em “chutes” ou simplesmente na observação e conclusão sem certeza. Parece que o pensamento é de que aqueles que trabalham mais ou que mostram estar mais ligados com Cristo são os que precisam de menos ajuda e de mais trabalho para fazer na igreja e na obra de Cristo. Esse pensamento leva muitos ao cansaço espiritual, físico, mental, e consequentemente ao desânimo ou depressão espiritual. Mas é justamente o contrário: quando se tem uma condição espiritual, vamos dizer assim, melhor, os problemas e dilemas são geralmente maiores, as crises espirituais são mais profundas, as bases e a casa espiritual é mais agredida por tempestades, ventos e chuvas, e o abismo parece ser mais fundo, parecendo até que não há fim. Você não sabe o quanto eu preciso dos meus irmãos em Cristo, inclusive você, pois você não conhece o meu interior e não sabe dos meus temores e dúvidas cruéis que me assaltam e me tiram a paz… É por isso que estas pessoas precisam de suporte, principalmente no que diz respeito à obra de Deus. Há um tempo, um irmão em Cristo saiu da igreja por trabalhar com missões e não aguentar ver a igreja sentada, sem dar esse suporte. No momento, eu não entendi, e até por um tempo me comportei como a maioria, não concordando e até criticando a atitude daquele irmão. Hoje, me arrependo de não ter feito mais pelo meu irmão, e sinto na pele o que é isso.

Infelizmente, a realidade é que membros das igrejas, sentadinhos no banco ou atuando como líderes levantados por Deus, passam por essa situação de fome espiritual. A grande questão, no entanto, é saber onde estão aquelas ovelhas de Cristo que devem, por ordem do seu Pastor, ajudar outras ovelhas feridas, machucadas, delicadas e necessitadas a encontrarem alimento no grande pasto que Jesus nos deu… Vamos, irmãos, a começar por mim, a praticar ação social para as almas dos necessitados! Vamos deixar de lado a religiosidade e o agradar aos outros, para agradar a Cristo, apascentando as ovelhas Dele! Vamos nos preocupar com as almas que estão perecendo debaixo do nosso nariz, por não termos a coragem de olhar para elas, e só para o nosso bem-estar! Vamos, enfim, deixar de lado os outros dons espirituais, ou melhor, utilizá-los, mas não antes de obtermos e tomarmos posse do dom maior, o amor! Escrevo isso como um desabafo, pois necessito de cada um que lê este texto, e dos que não estão lendo, para crescer em Cristo.
“Como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10.14)
Sem mais,
Douglas.