Compete a cada um de nós tomar decisões na nossa vida. Na faculdade, meu professor de Novos Negócios (empreendedorismo) afirmou, com toda a propriedade, que a intuição é baseada no conhecimento, que não existem “mensagens vindas do além” ou vozes repentinas que nos dirão o que fazer no momento da escolha. Ou seja, para se escolher algum caminho, é necessário o conhecimento, para que se tome a melhor decisão. Assim, não há o fator ‘sorte’, ou o fator ‘acaso’, mas o fator ‘conhecimento’.
A Palavra de Deus diz, no Salmo 32.8-9, o seguinte: “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti”. É claro aqui que Davi, escrevendo esse salmo penitencial (que fala de pecado e de perdão), quer ensinar nesse trecho algo que é por demais negligenciado pela maioria dos cristãos: a capacidade de se tomar decisões com base na Bíblia.
Veja que no versículo 8, Davi diz que ensinará ao seu ouvinte e leitor, assim como ele aprendeu de Deus quando esteve naquela situação de esconder o pecado. Davi podia falar, porque ele conheceu e viveu aquela situação. Com certeza, à primeira vista, quem lê esse texto acha que foi Deus quem disse essas palavras, mas na verdade, foi o próprio Davi que falou baseado em sua experiência. E se fosse Deus quem falou isso, o contexto seria o mesmo, pois o propósito de Deus é nos instruir, nos ensinar, nos guiar e nos conduzir, assim como Davi teve a intenção de ensinar aos transgressores e pecadores (Salmos 51.13).
Porém a grande questão é o exemplo abordado no versículo 9. A analogia que Davi faz é bastante lógica, pois após sua palavra de conforto, dizendo que iria guiar e ensinar àqueles homens, ele os exorta a não se comportarem como animais, como se não tivessem entendimento. Ainda que Deus diga que estará conosco, que nos guiará, que nos ensinará, que nos conduzirá, Ele não tira de nós o dever de pensar, de utilizar nosso cérebro, a nossa razão. Hoje, todo mundo anseia por ouvir a voz de Deus, mas esperam que Ele fale com uma voz que seus ouvidos captem, uma voz que fale em alto e bom som, uma voz que seja mais alta do que todo o barulho que há ao redor, uma voz que seja totalmente diferente e tão estrondosa que abale suas estruturas e deixe quase surdo aquele que ouve… Acabamos por negligenciar a Palavra inspirada de Deus e nos cansando de buscar uma voz que não virá, porque na verdade, essa voz já está disponível para nós, e fala tão alto ao coração que arde, que é tão identificável que confronta nosso pecado, nosso orgulho, nosso egoísmo, nossos achismos e incertezas, que vai fundo e penetra mais “do que espada alguma de dois gumes, (…) até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas” (Hebreus 4.12)… É essa palavra de Deus que precisamos ouvir, porque essa é a direção, o ensino, a exortação, o conforto, a segurança, a orientação, a vontade, a verdade, a voz de Deus para nós, hoje, amanhã, e sempre… Parece que não queremos mais “queimar as pestanas”, mas sim jogar tudo, inclusive os passos que devemos tomar, para Deus. Queremos que Ele nos carregue sempre, enquanto Ele quer que, como crianças, aprendamos a dar nossos primeiros passos em direção ao Pai, que espera de braços abertos! Graças a Deus por Jesus Cristo, que conquistou na cruz a garantia de que “quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com Ele” (I Tessalonicenses 5.10).
Sola Scriptura!