segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Tomar uma decisão…

Compete a cada um de nós tomar decisões na nossa vida. Na faculdade, meu professor de Novos Negócios (empreendedorismo) afirmou, com toda a propriedade, que a intuição é baseada no conhecimento, que não existem “mensagens vindas do além” ou vozes repentinas que nos dirão o que fazer no momento da escolha. Ou seja, para se escolher algum caminho, é necessário o conhecimento, para que se tome a melhor decisão. Assim, não há o fator ‘sorte’, ou o fator ‘acaso’, mas o fator ‘conhecimento’.
A Palavra de Deus diz, no Salmo 32.8-9, o seguinte: “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti”. É claro aqui que Davi, escrevendo esse salmo penitencial (que fala de pecado e de perdão), quer ensinar nesse trecho algo que é por demais negligenciado pela maioria dos cristãos: a capacidade de se tomar decisões com base na Bíblia.
Veja que no versículo 8, Davi diz que ensinará ao seu ouvinte e leitor, assim como ele aprendeu de Deus quando esteve naquela situação de esconder o pecado. Davi podia falar, porque ele conheceu e viveu aquela situação. Com certeza, à primeira vista, quem lê esse texto acha que foi Deus quem disse essas palavras, mas na verdade, foi o próprio Davi que falou baseado em sua experiência. E se fosse Deus quem falou isso, o contexto seria o mesmo, pois o propósito de Deus é nos instruir, nos ensinar, nos guiar e nos conduzir, assim como Davi teve a intenção de ensinar aos transgressores e pecadores (Salmos 51.13).
Porém a grande questão é o exemplo abordado no versículo 9. A analogia que Davi faz é bastante lógica, pois após sua palavra de conforto, dizendo que iria guiar e ensinar àqueles homens, ele os exorta a não se comportarem como animais, como se não tivessem entendimento. Ainda que Deus diga que estará conosco, que nos guiará, que nos ensinará, que nos conduzirá, Ele não tira de nós o dever de pensar, de utilizar nosso cérebro, a nossa razão. Hoje, todo mundo anseia por ouvir a voz de Deus, mas esperam que Ele fale com uma voz que seus ouvidos captem, uma voz que fale em alto e bom som, uma voz que seja mais alta do que todo o barulho que há ao redor, uma voz que seja totalmente diferente e tão estrondosa que abale suas estruturas e deixe quase surdo aquele que ouve… Acabamos por negligenciar a Palavra inspirada de Deus e nos cansando de buscar uma voz que não virá, porque na verdade, essa voz já está disponível para nós, e fala tão alto ao coração que arde, que é tão identificável que confronta nosso pecado, nosso orgulho, nosso egoísmo, nossos achismos e incertezas, que vai fundo e penetra mais “do que espada alguma de dois gumes, (…) até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas” (Hebreus 4.12)… É essa palavra de Deus que precisamos ouvir, porque essa é a direção, o ensino, a exortação, o conforto, a segurança, a orientação, a vontade, a verdade, a voz de Deus para nós, hoje, amanhã, e sempre… Parece que não queremos mais “queimar as pestanas”, mas sim jogar tudo, inclusive os passos que devemos tomar, para Deus. Queremos que Ele nos carregue sempre, enquanto Ele quer que, como crianças, aprendamos a dar nossos primeiros passos em direção ao Pai, que espera de braços abertos! Graças a Deus por Jesus Cristo, que conquistou na cruz a garantia de que “quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com Ele” (I Tessalonicenses 5.10).
Sola Scriptura!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Nós e os animais...

Ouvi um dia uma frase citada por João Alexandre em uma apresentação (confira aqui) que, em minhas palavras, a diferença básica entre os homens e os animais é que nós, seres humanos, raciocinamos, temos o poder de pensar, mas a grande maioria não utiliza esse diferencial, o pensamento, a razão, e no fim, acaba agindo como um animal... Agora, imaginem Deus, que criou tudo para a sua glória e o seu louvor, vendo sua criação agindo como animais loucos e sem razão alguma?!
Paulo, no primeiro capítulo de Romanos, afirma que não se envergonha do Evangelho de Cristo, "porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê" (Rm 1.16). Só que logo após ele fazer uma declaração tão forte, ele começa a falar da ira de Deus, que se manifesta contra "toda a impiedade e perversão do homens" (Rm 1.18). Aqui, Paulo começa a abordar uma das doutrinas que esclarecem todo o problema do mundo: a depravação total do homem. Daqui até boa parte do capítulo 3, o assunto de Paulo é o pecado, a causa do "problema que somente Deus poderia resolver", segundo o escritor Henry Bast.
Mas o que eu quero expressar com esse texto não é a doutrina do pecado, mas sim a identidade do pecado no ser humano. O pecado é como que a evidência do que nós somos. O que quero dizer é que o que nós fazemos de errado, independentemente de sermos cristãos ou não, é apenas fruto daquilo que somos ou que temos por dentro: uma essência má que, se alimentada, traz consequências maléficas tanto para quem cometeu o pecado, quanto para aqueles que são afetados por ele. Assim, a sociedade na qual vivemos está como está por uma simples razão: a falta de controle do pecado. Nós, que temos o privilégio de pensar, agimos muitas vezes por instinto, e quando fazemos isso, quebramos a harmonia que deveria existir...
Que Deus nos leve - principalmente a nós cristãos - a usarmos mais nossa razão!
Douglas

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Desabafo...

Quero dizer, com muita tristeza e até com receio de ser mal interpretado, que estamos vivendo períodos de extrema pobreza espiritual na igreja brasileira. Afirmo, com o coração apertado, que existe uma verdadeira escassez de verdadeiros cristãos. Ou em outras palavras, se há um bom número de verdadeiros cristãos, esses parecem estar "sufocados", cercados de igrejas que mais parecem "alojamentos de joios", e isso não é difícil de perceber quando se olha para os ensinamentos desses líderes atuais... Não posso ver isso e ficar calado, pois o meu Deus, por mais falado que seja, está sendo deixado de lado na prática!
Belos discursos, belas pregações, até belos cânticos com belas melodias, com belas coreografias, e essa cadeia de coisas "belas" vai deixando de lado a beleza maior de saber que, enquanto nós vivíamos como queríamos, Deus providenciou a salvação ao seu povo... Deixaram de lado a beleza de conhecer a Cristo, e este crucificado... Deixaram de lado a beleza de saber que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1), e quando se fala em condenação, acham essa palavra dura demais para se ouvir... Deixaram de lado o culto verdadeiro a Deus, para adorarem um deus imaginário, fruto de opiniões próprias e de uma completa falta de espiritualidade... Deixaram de lado a simplicidade do evangelho de Jesus Cristo, e por causa disso, vivem enganando e sendo enganados, como Eva no jardim (ver 2 Co 11.3)... Deixaram de lado a verdadeira humildade, o verdadeiro arrependimento, a verdadeira contrição, para querer ser grandes homens de Deus, grandes pregadores, grandes músicos, grandes evangelistas, grandes isso, grandes aquilo... E se não se arrependerem de verdade, provavelmente ouvirão de Cristo, ao som de seus próprios argumentos vazios, "apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade... Nunca vos conheci!" (Mt 7.21-23). Essa é a situação da nossa igreja, na visão de um simples jovem que tem o único desejo de fazer exatamente o contrário do relatado acima...
Que a graça de Deus seja com todos nós, e que sua misericóridia continue nos sustentando...
Douglas